domingo, 30 de junho de 2013

Analise Cantares de Salomão

ANÁLISE DE CANTARES DE SALOMÃO


Lucas 1:3-4
“Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado”.

Ao leitor


A profundidade espiritual existente neste livro é tão grande que não há margens para quaisquer pensamentos da carne, na contemplação destes mistérios gloriosos nele revelados.
“O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo”. l Cor. 2:14-15. É, portanto, somente pelo Espírito que este livro pode ser entendido.
É mister que para quem lê ou para quem o estude, a necessidade de um clamor profundo pelo Sangue de Jesus, para a libertação das mentes carnais para recebimento da benção que é o entendimento do livro.

PREFÁCIO

Ao analisarmos Cantares de Salomão, convém termos em mente algo universalmente aceito pelos estudiosos da palavra de Deus, aquilo que se conhece como tipologia. Tipos que são apresentados para mostrar semelhança existentes e levarmos assim um entendimento e compreensão da Palavra de Deus.
Sendo assim, citamos, por exemplo, José, filho de Jacó, cujo nome significa Salvador, como Jesus tem o mesmo significado, o que há de salvar. Ele foi vendido pelos irmãos (Gen. 37:27) - Jesus igualmente o foi. Dividiram sua túnica, V. 23. Assim fizeram a Jesus - Mat. 27:28. Iniciou com 30 anos sua vida no Egito. Cristo iniciou com 30 anos seu ministério. José chorou ao ver seus irmãos. Jesus ao entrar em Jerusalém, também chorou. Odiado pelos irmãos foi entregue à morte. Jesus odiado pelos irmãos, também, foi entregue à morte. José poupado da morte é destinado a preservar a vida dos seus irmãos, assim como Jesus morreu para preservar para a vida eterna todos os que a Ele se achegassem (João 1:12).
Há muitos tipos assim de Cristo na Bíblia. A noiva é tipo da igreja, o noivo é tipo de Cristo. Para nosso estudo, ainda que não entraremos em detalhes profundos, queremos mostrar dois tipos que assim nos interessam.
Davi, tipo de Cristo e Salomão, tipo do Espírito Santo. Davi, à semelhança do Senhor Jesus, foi levantado para ser rei, vindo de uma família humilde e simples. Davi reinou todo tempo preocupado com a construção de uma casa para Deus. Preparou para isto material para construção do templo reinando 40 anos sobre Israel e Judá, sendo 33 anos em Jerusalém.
(I Cro. 29:27)
O Senhor Jesus com 33 anos de idade consumou em seu corpo a obra de edificação de sua igreja (Templo espiritual) para apresentá-la a Deus.
Quarenta anos foram os anos do reinado de Davi, no meio de lutas sérias. Quarenta é o tempo de provação do homem. Quarenta dias o Senhor Jesus foi provado em sua carne, num jejum sério quando enfrentou pela frente o inimigo e o venceu. Aleluia! Davi preparou para Salomão, seu filho, todo o material para a construção da casa de Deus (I Cro. 29:5) e entregou em suas mãos a planta da mesma.
Assim como Cristo deu complemento à sua obra redentora aos 33 anos e enviou o Espírito Santo para dar continuidade, (João 14:16-17 e 26). “Não vos deixarei órfãos...” O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas”.
Salomão, filho de Davi, foi levantado para dar continuidade à obra cujo material foi preparado, ajuntado por Davi, Salomão é, portanto, tipo do Espírito Santo. Edificou a casa de Deus em 7 anos (I Reis 6:38) - a Palavra nos mostra que em 7 tempos o Espírito Santo está edificando a casa espiritual, a noiva de Cristo, preparando-a para o encontro com o Senhor.
As 7 cartas do Apocalipse falam de 7 igrejas, significando 7 períodos dos quais o último refere-se a igreja de Laodicéia cujo significado fala por si, “direitos do povo”; é a igreja que se caracteriza pela mornidão, igreja que não é fria nem quente, que se considera rica quando o Senhor a vê pobre, se considera de mente aberta e visão ampla e o Senhor a vê cega.
Sete tempos tem o Espírito batalhado silenciosamente cumprido sua missão perante aquele que o enviou. Quando lemos acerca dos dons espirituais em I Cor. 12, observamos que o primeiro dom a encabeçar a lista é exatamente o dom de sabedoria. Salomão pediu a Deus sabedoria e Deus lha deu (II Cr. 1:12) este precioso dom que não se alcança através dos livros, dos estudos. Esta é boa se for subordinada ao Espírito de Deus, mas quando ela se levanta para combater o que é de fé, não constrói o templo de Deus, antes o destrói. Convém ler sobre o assunto em Tiago 3:13-17
Salomão pediu sabedoria para construir e construiu na orientação que Davi lhe dera, construiu, segundo a planta dada por Davi, como Moisés construiu o tabernáculo segundo o modelo que Deus lhe mostrou no monte. Êx. 25:29
“E deu Davi a Salomão, seu filho, a planta de tudo”. (I Cro. 28:11-12 e 19). Salomão não usou martelo em toda a obra. (I Reis 6:7). Toda serra, todo martelo, tudo usado foi distante da construção, as pedras, a madeira chegavam prontas, chegavam às mãos de Salomão perfeitas para se encaixarem e, assim, era a casa de Deus levantada.
A obra de Cristo também assim foi realizada. No Gólgota, longe, em distância, muitos anos atrás foi o Senhor, moído por nossas iniquidades (Is. 53) a fim de que o Espírito Santo pudesse usar o material oferecido, o Sangue de Jesus derramado no meio do barulho atroz, dos pregos que o martelo pregara numa cruz, as mãos, os pés do Senhor, no meio de uma gritaria terrível - crucifica-o. Preparou Jesus o material - seu sangue - para que o Espírito Santo o aplique na realização de sua obra que silenciosamente trabalha nos corações dos homens tornando-os pedras vivas conforme nos diz I Pedro 2:5. O profeta Zacarias no cap. 4:6, já antevia esta maravilha quando profetizou que assim seria a obra do Senhor. “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito”.
Davi lutou muito, venceu todos os inimigos em volta para dar a Salomão a planta do templo do Senhor. Templo magnífico, assim o Senhor Jesus lutou e venceu todos os inimigos até o último, à morte e ressurgiu para entregar ao Santo Espírito a obra de construção do templo, da Noiva de Jesus, sua igreja.
É mister que tudo isto esteja dentro de nossos corações para entendermos o livro Cantares de Salomão.
“Cânticos dos Cânticos, que é de Salomão” é do Espírito Santo, por isso traz o mais perfeito louvor e adoração que se pode ter de Jesus e sua igreja.
Salomão significa “paz” e é pelo seu Espírito que a paz de Jesus é derramada em nossos corações.
Salomão é símbolo do Espírito e sabemos que é o Espírito, aquele que constrói a obra, segundo a planta dada pelo Senhor.

INTRODUÇÃO AO LIVRO DE CANTARES

Aquilo para o qual nos propomos agora, é apresentarmos uma análise do livro sabendo que a análise de qualquer livro não está limitada tão somente ao texto, mas a outros pontos que possam elucidar melhor o estudo e com isto levar-nos a uma compreensão melhor do livro. Sendo este o alvo, veremos dois aspectos que nos despertam interesse no momento.

1 - Uma análise quanto ao tempo, em que o livro é situado.
Ver segundo o relógio de Deus o tempo em que o livro se situa.
2 - Uma análise sobre o aspecto ecológico.
Ver o ensino de Deus no livro, usando a ecologia da terra.
O Senhor Jesus quando falava ao povo em sua parábolas, usava os termos da terra, os frutos, fazia uso das coisas que faziam parte do cotidiano da terra.
Quando o Senhor Jesus citou as raposas, seus covis, as aves dos céus que tão familiares lhes era, usou a figueira, para simbolizar Israel político, a videira como símbolo da igreja, ele queria tornar sua mensagem bem entendida.
Exemplo disto, vemos o seguinte texto em: Mateus 24:32 e 33.
“Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam as folhas, sabei que está próximo o verão. Igualmente quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo às portas, a vinda do Filho do homem”.
Neste texto os dois aspectos são vistos: a figueira - árvore frutífera da terra, tão comum a eles - a visão ecológica.
O sinal do brotar das folhas anunciando o verão, usando para despertar a atenção para a sua própria segunda vinda, portanto, um despertar quanto ao tempo.
Estes são exemplos do ponto de vista ecológico usados por Jesus para ensinar suas lições e o mesmo veremos no livro de Cantares.
Voltemos então para o primeiro ponto, e  vejamos como usou o Senhor no passado exemplos simples, mas de teor profundo para advertir-nos quanto ao tempo.
Quando o Senhor Jesus efetuou seus milagres, o fez de modo profético. Exemplo disto temos nas bodas em Caná da Galiléia, quando transformou a água em vinho, fazendo com que se admirasse o mestre-sala da excelência do vinho e dele falasse como sendo melhor que o primeiro vinho servido. Era a profecia do derramar do Espírito nos últimos dias, algo que seria mais excelente que o primeiro derramar: último vinho, melhor que o primeiro.
Falou ainda da hora da vinda do Filho do homem, e para isto ele despertou o povo para observar o tempo, a se situar:
Mateus 24:27 “Porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra no ocidente, assim também, será a vinda do Filho do homem”.
Desta maneira dá o Senhor a entender que sua vinda seria algo rápido, mostrando assim a necessidade do preparo para a hora. É interessante, portanto, observar-se no livro algumas  frases que mostram o desencadear perfeito de acontecimentos que se estabelecem dentro de uma ordem de Deus na natureza, para governo do universo.
Deus usou no passado palavras definidas quando criou o mundo: DIA, TARDE, NOITE, AMANHECER, ANOITECER, tudo seguindo o ciclo perfeito planejado pelo próprio Senhor. Cada vez que uma destas palavras é pronunciada, nós nos situamos quanto ao tempo.
No livro de Cantares estas palavras são vistas para nos mostrar a que hora nos achamos no relógio de Deus.
 O livro de Cantares era lido ao oitavo dia da páscoa, que é o primeiro dia da semana, dia, portanto, da ressurreição. Fala, então, de REDENÇÃO. Esta redenção pode ser vista sob o aspecto do tempo, neste livro.

AMANHECER
Cantares 1:2  “Beije-me ele com os beijos da sua boca”.
Fala da época da formação da igreja e é descrito de maneira profunda e íntima, como o Senhor transmitiu à igreja seus ensinos.
Descreve, pois, a convivência da Igreja com o Senhor, boca a boca. Retrata a maneira como o Senhor falou aos seus discípulos, como lhes ordenou todas as coisas, fala do contato estabelecido com eles, das promessas feitas a eles, dos milagres, sinais, maravilhas; era o AMANHECER, aquela parte do dia, clara, bonita, que o profeta Isaías 9:2, descreve antevendo-a:
“O povo que andava em trevas viu uma grande luz”
Parte escura para os judeus, Jesus nasceu, a luz veio ao mundo, com seu nascimento o Nascer da Igreja, naquela intimidade com seus doze apóstolos.
O amanhecer é rápido, e no cap. 1:7 há logo uma pergunta sobre a hora que sucederá ao amanhecer: “Dize-me tu a quem ama a minha alma: onde apascentas ao Meio-dia”.

MEIO-DIA
É o período do cansaço, do mormaço, do calor do dia, das grandes lutas, é o período em que uma grande parte dos trabalhos, dos serviços já foi feita.
E, onde se encontra a igreja nesta hora?
Onde estava o rebanho de Cristo nesta hora?
Apocalipse 2:12 e 13 - “Eu sei as tuas obras e onde habitas, que é onde está o trono de satanás”
Apocalipse 3:1 - “Tens nome de que vives mas estás morto (Sardo)”.
Pelos textos citados no Apocalipse pode-se ver a descrição desta hora que é vista através das igrejas de Pérgamo, cujo significado é Casamento Pervertido, e Sardo revela acomodação ao mundo e, conseqüentemente, declínio espiritual.

TARDE
Cantares 2:17 - “Antes que se refresque o dia”
- Expressão relacionada ao período da tarde.
- É a hora que antecede a noite, ainda há luz, mas é uma hora breve.
- O sol vai se pôr e as sombras vão cair.
- A grande reforma religiosa do século XVI é a grande candeia acesa.
- A palavra de Deus, que estava acorrentada, é agora aberta ao mundo.

NOITE
Cantares 3:1 - “De noite”
                          Assim, inicia-se este capítulo, período de escuridão e só a igreja fiel, a igreja no Espírito discerne esta hora e anda às claras, sabendo de tudo, discernindo bem o tempo, porque caminha com Jesus.
Trata este capítulo do preparo da igreja para o arrebatamento.
      Cantares 3:6 - “Quem é esta que sobe do deserto?”
                É a igreja que sobe que sai do mundo, do deserto à semelhança do povo de Israel que no período de trevas no Egito, saiu porque tinha luz, para a terra prometida.
O preparo da igreja nesta hora é segundo texto:
“Preparada com espadas, destros para guerra, cada um com espada na cinta por causa dos temores noturnos.
Ela se prepara com incenso, glorificação; mirra, lutas, sentindo e valorizando os sofrimentos de Cristo; pós aromáticos, toda sorte de lutas, por causa dos temores noturnos.

     MEIA-NOITE
Cantares 4:6 - “Antes que refresque o dia e fujam as sombras”.
Neste capítulo a característica é da hora do arrebatamento, a meia-noite. A igreja é vista pelo Senhor preparada para ouvir a sua voz, os últimos adornos foram colocados. O VÉU, fala da pureza, castidade, daquela que não se misturou com o mundo. Sua aparência é de ovelha “recém-tosquiada” de alguém que está realmente pronta, ela não tem pontas nem aparas, mas apresenta-se numa uniformidade inigualável à semelhança de um rebanho, ela é apreciada nesta hora como um todo, um Corpo. Concluindo vemos, a igreja do arrebatamento, apresentada neste capítulo, a igreja da última hora, a igreja da MEIA-NOITE.


Cap. 5 - É o capítulo do momento do arrebatamento. Enquanto no capítulo 4 a igreja é vista pronta para este fato glorioso, o capitulo 5 evidencia o ATO.
Mateus 24:6 - “Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro”.
Encontra sentido no 1º verso deste capítulo: “Já encontrei no meu jardim minha irmã, noiva minha”. O SENHOR JÁ DESCEU. “Colhi a minha mirra”. A obra foi consumada, agora é hora do deleite, do gozo eterno, é o significado de “comei e bebei amigos, bebei fartamente, ó amados”. Neste capítulo evidenciam-se coisas extraordinárias, simultaneamente: A hora da meia-noite é chegada, a igreja preparada sobe a encontrar-se com o Senhor e a igreja infiel é despertada numa busca vã do noivo perdido. “Eu dormia”. Hora do sono por causa das trevas, da escuridão da noite.


    Aurora
Cantares 6:10 - “Quem é esta que aparece como alva do dia?”
É a transição do momento (ela vai descer para reinar). É a igreja do Senhor glorificada, que já contemplou a AURORA do dia eternal; é a igreja que agora está reinando com seu Senhor no milênio e por toda a eternidade.
É chegado o momento quando para ela não há mais limitações de tempo, dia, tarde, noite, porque Cristo é sua luz e alumia para todo o sempre; ela não necessita de sol porque o Cordeiro é a sua Lâmpada.
Cantares 7:11 e 12 - “LEVANTEMO-NOS PELA MANHÔ
É o acordar da igreja no Milênio, para ir às vinhas, para saborear o  fruto do trabalho da igreja.
“Se já brotam as romeiras”. As romeiras simbolizam a igreja em seu pleno sacerdócio, operando para cura das nações.
A Aurora já passou, já raiou para todo sempre. É o reino eterno do Cordeiro e da Esposa.
“Passemos as noites na aldeias”. Refere-se ao período da 7ª semana da qual nos fala Daniel, período de trevas para o mundo, a tribulação, mas para a igreja é a hora em que ela se encontra no tabernáculo de Deus. “Eis o tabernáculo de Deus com os homens”. Apoc. 1:3
“Saiamos ao campo, levantemo-nos”. É mesmo o momento das núpcias.
“Ali te darei todo o meu grande amor”. A igreja vai mostrar todo seu trabalho, totalmente no Espírito, ela já foi glorificada, pode mostrar ao Senhor todo seu amor por Ele.


2  -  ANÁLISE SOBRE O ASPECTO ECOLÓGICO

Uma análise ecológica do livro de Cantares, ainda que sucinta, leva-nos a descobrir as belezas que há na terra e que são aí descritas, de maneira a nos mostrar lições tão proveitosas para nossa vida espiritual.
As rosas de Saron, às quais o próprio Senhor se compara, quando diz: “Eu sou a Rosa de Saron”. Quem da região desconhecia o vale de Saron e as rosas próprias daquela região?.
Eu sou o Lírio dos vales” - Quem desconhecia o lírio dos vales? Assim se identifica o Senhor com algo simples, comum, de sorte que não há como se desculpar por não o conhecer.
Cantares 2:11 e 12 - “Eis que o inverno passou, a chuva cessou e aparecem as flores da terra”.
Em algumas regiões da Palestina, logo após o inverno, com a chegada do verão, uma planta rasteira com flores vermelhas, cobria a terra e formava um tapete vermelho e toda a terra gozava a alegria do verão ao contemplá-lo; era o Nitzanin, a expressão usada para descrever isto.
Nesta mesma época um pássaro chamado Zamir, aparecia com um canto melodioso, brilhante, audível porque era hora do seu acasalamento e toda a terra  participava desta alegria.
Durante todo o inverno ele se mantinha com um canto sem expressão, apagado, mas no verão, época do seu acasalamento, era diferente.
Estas duas figuras falam-nos de algo maravilhoso: a igreja que sente o inverno espiritual passar e o verão, o calor do Espírito a se derramar pela terra, na figura das flores vermelhas, o sangue de Jesus que cobre a igreja visitando-a e ela passa a glorificar e a sentir o calor do Espírito a aquecê-la.
O Zamir, simbolizando a voz do Senhor, brilhante, melodiosa, audível que se faz ouvir, completando esta alegria do inverno que passa e uma nova fase se aproxima, que é a esperança do acasalamento, Cristo e sua noiva.
“Aí vem o esposo”.
Cantares 2:12b - “A voz da rola ouve-se em toda a terra”.
A rola oferece outro aspecto ecológico para sentirmos aquilo a que o livro se dedica: Cristo e a Igreja.
A referência é à voz da rola. Esta voz a que se refere o livro era o Tórr, uma voz que sai de dentro, do seu peito inchado e indicava seu acasalamento.
Vemos então, a voz brilhante do Zamir, Cristo e a voz da igreja, uma voz que sai de dentro, ela não fala de fora, mas do seu interior, o Tórr, que indica o casamento da igreja com o Senhor.

Quadro perfeito de Israel.
- Tudo isto representa um momento, o dia do Senhor.
- Derramar do Espírito - Nitzanin.
- O encontro de Jesus com a igreja - Tórr
- A partir daí cessam as flores.

Cantares 2:3 - “A figueira já deu seus figuinhos”.
Fala de Israel político, que como nação que se tornou desde 1948, é vista com seus figuinhos.
A igreja é vista na videira - “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai o viticultor”. João 15:1. A videira dá primeiro as flores, são os dons, é o preparo para dar seus frutos.
Cantares 2:14 - “Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face”.
Fala das pombas selvagens, estas para fazerem seu ninho para o acasalamento, desciam rápidas para apanhar o material e elas aparecem quando está findando o inverno, elas simbolizam uma igreja que virá na última hora, saem do inverno, símbolo da frieza espiritual. Pombas selvagens, representam aquelas vidas que virão das “moradas dos dragões, dos leopardos”,  como se refere Cantares 4:8; são vistos no convite do Senhor para as bodas em Lucas 14:21 - “Sai pelos caminhos valados, pelas ruas e bairros da cidade e traze aqui os pobres e aleijados, mancos e cegos”. Finalizando esta ligeira análise, citaremos ainda:
Cantares 2:15 - “Apanhai-me as raposas, as raposinhas que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor”.
As raposas que apareciam naquela hora em que as vides estavam em flor, também são símbolos das lutas da igreja, contra o adversário a querer destruir as flores, os dons, que surgem para beleza da igreja - A igreja em flor, as vides em flor. As raposas destroem os vinhedos, é necessário a vigilância.

CAPÍTULO I

Vs. 1 - Cântico dos Cânticos de Salomão
Através da introdução já entendemos que Salomão é símbolo do Espírito Santo, sendo assim, vemos o autor do livro, o Espírito Santo.
Só do Espírito Santo pode vir a maior adoração, o maior louvor, só através do Espírito, Jesus pode receber de sua noiva uma adoração tão perfeita e só pelo Espírito, Ele, o Senhor pode falar à noiva e ouvir a noiva. É a revelação do desejo do noivo de estar perto da noiva, porque só o Espírito conhece os mistérios do amor do Senhor pela igreja e vice-versa.
Vs. 2 - Beije-me com os beijos de sua boca.
É o amor de Deus recebido pela igreja no calor da comunhão.
A igreja, a noiva, não se satisfaz em ouvir falar do amor do Senhor, ela quer saber se o que está saindo de dentro dele, de sua boca, ela quer o contato direto com o Senhor. É melhor do que o vinho. É melhor do que as coisas passageiras, os prazeres terrenos. A comunhão profunda direta do Senhor.
Vs. 3 - Para cheirar são bons os seus ungüentos.
Há um cheiro, há um perfume e quando estamos ligados ao Senhor, cumpre-se em nós o que o apóstolo Paulo disse em II Coríntios 2:15. Somos o bom cheiro de Cristo. Este cheiro é o hálito do Senhor, do ungüento que se derrama dele, que é doce. A igreja, reflete este cheiro, por isto o livro nos diz: as virgens te amam. Ela ama o Senhor com seu hálito consola, anima, pensa suas feridas como ungüento que no passado foi posto sobre o homem jogado à beira do caminho.
- Leva-me - ungüento derramado é o teu nome.
Jesus realmente é este nome precioso, o nome doce que perfuma nossas vidas.
Faz-nos lembrar o amor de Isaque para com Rebeca e o momento da decisão, separação do lar, da família para encontrar-se com o noivo. Eliezer símbolo do Espírito perguntou-lhe: “queres ir?” Rebeca respondeu: eu irei. A igreja. A igreja quer ir com o noivo. Seu encanto, sua atração é voltada para ele.
O profeta Isaías recebeu o toque do calor do Senhor, da brasa viva do altar, a comunhão deliciosa e ao ouvir a do Senhor a voz: a quem enviarei? Ele disse: eis-me aqui, envia-me a mim. leva-me tu!
Vs. 4 - O rei me introduziu em suas recâmaras.
Ao dispormo-nos para seguir o Senhor isto acontece, a igreja ela é levada às recâmaras, à intimidade, às revelações das riquezas do reino que já dantes estavam preparadas. “Anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes” - Jeremias 33:3
Quanto tem a igreja do Senhor aprendido hoje, depois de se despregar do mundo e resolvido a seguir o noivo! A igreja fala do sacrifício, do amor do senhor e dele nunca vai se esquecer - “do teu amor nunca esqueceremos”.
O sangue derramado é uma benção, mas o seu sacrifício nunca pode ser esquecido. Os retos te amam.

Vs. 5 - “Eu sou morena mas agradável”.

O ser morena fala das lutas pelas quais a igreja do Senhor tem passado. Ela tem sido queimada pelo mourejar diário, constante. Ainda podemos lembrar que o sol resplandece sobre ela do qual fala o verso 6, refere-se ao batismo com o Espírito que nesta última hora a igreja recebe e com ele é queimada e preparada para o arrebatamento.
O ser morena - não agradou Israel a cor morena, fala ainda de mistura de povos, a raça gentílica e vemos isto claramente na expressão “como as tendas de Quedar”. Quedar não era em Israel, era descendência de Israel, e não de Isaque, eram árabes, desprezados pelos judeus, mas ... sou agradável. Deus se agradou de mim. Sou como a beleza das cortinas de Salomão, que tinham as mesmas cores que as do tabernáculo e que são as mesmas da igreja remida, noiva do Senhor. Branco, justiça dos santos (II Crônicas 3:14) - azul - santidade de Deus - Púrpura - Realeza de Cristo - carmesim - Sangue de Jesus, redenção.
Esta é a beleza da igreja morena, da igreja noiva do Senhor.
Vs. 6 - “Não olheis eu ser morena”.
Não olheis eu ser gentílica. Isto não agradou Israel que jamais cria que ele seria ainda que por pouco, rejeitado. Mas o evangelho, João 1:12, vemos a comprovação do fato.
“Veio para os que eram seus, mas os seus não o receberam, mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, isto é, nos que creram no seu nome”.
Sobre esta igreja de lutas, de experiências com o Senhor é que ele tem feito a promessa de Mateus 16:18. “As portas do inferno não prevalecerão sobre ela”. “Os filhos de minha mãe se indignaram contra mim”, diz-nos ainda o verso. São eles Israel. Eles são os filhos. Há ainda uma lamentação: “a vinha que me pertence não guardei”. Uma parte da igreja se sente culpada por não ter cumprido seu ministério. Só será isto sentido quando Cristo arrebatar a igreja fiel e ela for espancada pelos “guardas” como vemos nos próximos estudos deste livro.
Vs. 7 - Este verso, caracteriza-se por uma pergunta: Onde, Onde? é a pergunta feita. Refere-se ao período da igreja da qual fala apocalipse 3:16 “tens nome de que vives, mas estás morto”. Período em que os fiéis pagaram o preço de sua fidelidade com seu próprio sangue. Savanarola levantou-se, John Huss, etc.
No meio-dia, na metade do caminho - o ponto de partida, a cruz sangrenta do Senhor, ficou lá Pra trás! meio dia, meia caminhada e já muitos em sua vida individual já cansavam, já esqueceram o dia do gozo de sua salvação e já estão voltando às redes ao arado e o Senhor lhes que não são aptos - também como igreja, muitos estão confusos sem saber onde está a igreja de Cristo.
Vs. 8 - Se tu não sabes, saí-te pela pisada das ovelhas - Jesus é o caminho busca o caminho certo, a morada dos pastores. Há mais uma orientação que nos é maravilhosa: “procura entrar pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz a perdição”. A igreja que concorda com o pecado, com os vícios em toda sua modalidade, com a comodidade, onde os pastores estão longe dos caminhos de orientação pela palavra que é viva, eficaz, que é a lâmpada para os pés, que é luz para o caminhar diário, concordam antes com o homem e sua necessidade carnal de pecar. O conselho é, apascenta o rebanho a pastos verdejantes e águas tranqüilas. Época onde a igreja estava oculta (Sardes).

Vs. 9 - Às éguas dos carros de Faraó te comparo. Que comparação estranha, mas que beleza é vermos o animal bem treinado, capaz de cavalgar com intrepidez, ágil e fogoso. Esta figura, fala do fogo que incendeia a igreja, e a faz cheia de vida, fogosa, capacitada para as lutas, ela não recua, é bem treinada pelo seu orientador: “O Espírito de verdade vos guiará em toda a verdade”. Ele corre para a verdade.
Vs. 10 - Através dos versos 6 e 7, vemos a igreja morena, feia talvez, sem grandes atrativos; mas o verso 10 vem mostrar que o noivo a vê bela, e desejoso de admirá-la com enfeites preciosos. O pescoço sustenta a cabeça, e os colares evidenciam a cabeça da noiva, que não é outro, senão Cristo. Cristo o cabeça da igreja.
Vs. 11 - Enfeites de ouro, com pregos de prata, fala-nos de poder firmados na redenção
Vs. 12 - Quando Cristo está assentado à sua mesa, Ele dá o seu perfume. O cheiro de Cristo é visto pelo apóstolo Paulo, e se derrama e nós sentimos. Ele disse: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu”. Fala do pão . fresco, que tem que ser comido todos os dias, a linguagem é muito inteligível. Quem não sente o perfume do pão, quando sai do forno de uma padaria?
Os gibeonitas precisavam da ajuda de Josué no passado, e como símbolo de sua pobreza, apresentaram pão bolorento em sua bagagem. Aquilo condoeu Josué, pão seco, pão velho, não tem perfume; mas o pão fresco é cheiroso, desperta o apetite. Cristo vivo, desperta a fome e ele completa e diz : “Aquele que vem até a Mim não terá fome”. João 6:35
Da mesma forma que Cristo espalha o seu perfume , o adorador do Cristo vivo, assim o faz ao adorá-lo em espírito e em verdade.
A mulher trouxe um vaso de puro nardo e quebrou-o sobre Jesus. O cheiro derramou-se sobre a casa, e o inimigo se manifestou raivoso: Pra que isso?
Jesus disse: Deixai-a, isto me agradou! o adorador, e o Ser adorado agora se unem na alegria do louvor, e os corações são alegrados, quando no Espírito, a igreja louva ao Senhor.
Vs. 13 - João reclinou sua cabeça no peito do mestre - ele amava ao Senhor, e o Senhor o recebia assim, desta mesma forma, Cristo se reclina nos seios da igreja amada. Ai Ele encontra lugar. “As raposas tem covis, as aves do céu tem seu ninho, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”  Mt. 8:20
Não tinha mesmo; mas hoje ele tem uma igreja comprada pelo seu sangue, e a mirra é símbolo da amargura, e como já dissemos, a igreja fiel ama o seu sacrifício, e o reconhece . Ela sabe que ele não foi comprada com prata ou ouro, mas com o sangue de Jesus. l Pe. 1:18 - Entre os seios - A igreja está assim a Ele, a glória que lhe é devida, os seios falam do alimento, que são de honras, poder, adoração, quebrantamento, e isto é  o que a nutre e alegra o coração do Senhor.
Vs. 14 - Dá continuidade àquilo que sustenta a igreja: Cachos nas vinhas. Fala das bênçãos do Espírito em profusão: Note-se o cacho de Chipre - Agora: no passado, cacho de Canaã, de Escol ! Chipre não é Israel.
Vs. 15 - Dá conta da expressão mais sincera do Senhor para com a sua igreja, ao contemplá-la com os olhos do Espírito: És formosa.
Como o olhar das pombas, olhos de pureza, de simplicidade, desejando ser o mesmo do Senhor. O Senhor as vê sem maldade, porque as suas maldades, Ele tomou para si, suas transgressões também, conforme profetizou o profeta Isaías no seu capítulo 53.Quem olhar diferente do mundo, “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o para longe de ti”. Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, já cometeu adultério”. Olhar triste, negro olhar de Belial, diz a palavra de Deus.
Que maravilha é ser lavado no Sangue de Jesus, e assim Ele lavou no seu sangue, a sua noiva, a igreja. agora, ele a contempla: És formosa; teus olhos são puros.
Vs. 16 - A igreja agradecia ao Senhor, pelo seu amor: “Nosso leito é viçoso” . O Senhor é gentil com a igreja, Ele a ama, e se deu por ela . não quer vê-la em sofrimento. O apóstolo Paulo dizia: “Grande é este mistério, e vos digo, Cristo e a igreja”.
Vs. 17 - As traves de nossa casa São de Cedro. As traves são o que sustenta a construção, e elas são de Cedro, madeira leve, lisa, sem galhos, e sem nós. As varandas de Cipreste; também madeira boa, usada na Arca. Comunhão perfeita, é o que entendemos, sem empecilhos.
- Madeira leve aceita prego, aceita união;
- Madeira, tipo do homem;
- Cedro, tipo do homem que Deus quer usar.


Capítulo ll
Este capítulo, é a continuação do diálogo, e quando o Senhor se declara no verso 1: ”Eu sou a rosa de Saron e o lírio dos vales” é como que uma advertência à igreja e isto se verifica quando se lê o verso seguinte, onde ele diz: ”Qual lírio (ele o é) entre os espinhos, assim é a igreja, a minha amada, minha amiga no mundo.
“Vós sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando.” Assim a igreja fiel é a amiga do Senhor, a noiva ela é inconfundível. Há, porém, outras igrejas que sem beleza, sem perfume estão cercando a igreja fiel, querendo matar nela o Espírito e assim ela se acha entre espinhos.
A rosa de Saron é simples, vermelha no seu tom certo, inconfundível - Jesus o Cristo vivo é rubro pelo sangue poderoso é Jesus vivo, não é um ser reencarnado, um profeta, um isto ou aquilo fabricado, moldado pelos homens, mas é aquilo que o Espírito revelou a Pedro. O Filho de Deus. João 6: 69
Vs. 2 - Simples, sem modificação, mas puro, santo, inconfundível. São sinais para que a igreja não confunda o Senhor com religiões, dogmas, etc. Vê-se isso claramente ainda no verso 3.
Vs. 3 - Qual macieira entre as árvores do bosque. O que destaca? A beleza do fruto, e seu perfume. Lendo Gálatas 5: 22, temos a relação dos frutos do Espírito - são perfeitos, não há leis para eles. Jesus é o alimento bom, gostoso para qualquer fraquinho. Mateus 11: 28-29 - “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” ... Sua sombra oferece descanso. Salmos 91 é tão relacionado a isto - “aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará”
Vs. 4 - “Levou-me à sala do banquete”. Sempre há banquete na mesa do Senhor. O filho pródigo afastou-se da casa do pai, e encontrou, e lembrou-se: na casa de meu pai há fartura, e isso foi confirmado; quando ele voltou, o pai preparou-lhe banquete. Cristo nos leva à sala, o convite dele é “Vinde às bodas”, tudo já está preparado.
Ao regressarem os discípulos de uma pesca, falida, Jesus os convidou: “Vinde e jantai”. Ao enviar um dos discípulos para fazer preparativos para a ceia, os enviou dizendo: procurai um cenáculo mobiliado - tudo pronto. Tudo programado por ele, tendo um estandarte a enfeitar, chamando a atenção de todos. “Seu estandarte é o amor”. “Ele vos deu vida, quando estáveis mortos”. Efésios 2:1. Deus teve amor pela sua igreja, e pela suas vidas individualmente.
O Senhorio do Senhor Jesus é muito empolgante. Ele disse: Não tenho onde reclinar a cabeça, mas era ao mesmo tempo dono de tudo. Mas com requinte, Ele poderia dizer: “Vinde jantai” ; “Ide, e encontrareis o cenáculo mobiliado” ; “desatai o jumentinho, e trazei-mo”.
Nessa hora, o Senhor depois de tantas provas, de amor, diante dessa declaração tão bela de amor, Ele quer ter servos, que hão de obedecê-lo, e não, traçar planos, para que o Senhor os obedeça. É privilégio dos servos serem servos, e ouvirem dele, o maior elogio: “Bem está servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor”.
Vs. 5 - Continua a apresentar as iguarias da mesa do Senhor - Passas, alimento doce, concentrado, substancioso. Confortai-vos com maçãs. “Deixo-vos a paz” Calma, quietude, nos oferece o Senhor. A igreja, a vida que já conhece essa mesa, desfalece de amor, e o deseja ardentemente.
Tão diferente do banquete do Beltessazar, que terminou em angústias, pânico e morte. Assim é o banquete do mundo. Aparência pura, não nutre nem sustenta.
Vs. 6 - Fala do sustento com que a mão ferida do Senhor sustenta a cabeça da igreja, sustenta a mente, impedindo que os pensamentos, as conjecturas humanas, lhe perturbem e quando a mente está firme no Senhor, tudo está certo. Isaías 26:3 nos fala a respeito. “Tu conservarás em paz a mente que confia em ti”. Quando a mente está guardada com o capacete da salvação ( Efésios 5: 17) o corpo relaxa, e pode descansar confiante na destra do Senhor. O capacete é para que o inimigo não atinja a mente.
Vs. 7 - ”Conjuro-vos ó filhas de Jerusalém”. A igreja fiel não pode aceitar, não pode ligar-se, nem tão pouco compactuar-se com a igreja infiel. Neste caso, as filhas de Jerusalém. ll Timóteo 2:19, também lança uma conjuração: “Aquele que pronuncia o nome do Senhor, afasta-se da iniqüidade”. Dói o coração da igreja fiel, estar sabendo que outros estão se igualando a ela, mas vivendo dissolutamente no mundo, sem testemunho - que acompanha a fé. Por vossa causa, o nome de Cristo é blasfemado entre os gentios. “Pelas gazelas e cervas do campo”, por amor a todos os pastos verdes e secos, “que não acordeis o meu amor até que queira”. Que fiquem calados, que não falem de sua vinda, que não preguem a seu respeito, se sua vida não está enquadrada no selo que Ele tem para reconhecer os seus, para apartar-se do pecado, segundo o texto citado, o Selo do Espírito.. Santificação, sem a qual, ninguém verá a Deus. Hebreus 2:1.
Deixem que isto aconteça pela própria época, pois como aconteceu, tudo acerca dele profetizado, assim também irá acontecer.
Vs. 8 - “Esta é a voz do meu amado”. É o coração do povo fiel, que está aguardando a vinda do seu Senhor, e não a está negando, à semelhança da parábola que Ele contou: “Meu Senhor tarda a vir, façamos isto e aquilo”.
Cada sinal  cumprido, dado na palavra  a noiva reconhece a voz do noivo, que lhe diz: Prepara-te, para encontrares com o teu Senhor.
A noiva está alegre, ela conhece a voz do Amado, como diz a palavra: “aquele que ouve a minha voz” e mais: “as minhas ovelhas conhecem a minha voz”.   “Ei-lo ai”. Proclama a igreja. Os sinais estão proclamando, é pra quem quiser ver. “Já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros, “. Saltando, pulando, falam de pressa; montes, outeiro de dificuldade. O profeta Zacarias (4:7) - já falava “quem és tu monte grande? diante do poder de Deus, serás uma campina !”.A igreja, na fidelidade, ouve e aguarda a vinda do Senhor.
Vs. 9 - É a continuação do verso 8 , é a maneira como ela vê a aproximação do dia. É semelhante ao gamo, animal corredor, é veloz. “Está detrás da nossa parede”. Não estamos vendo - há paredes, há dificuldades. Isaías dizia: “As vossas iniquidades, fazem parede, separação entre vós e Deus, o Senhor, porém, está nos ouvindo, aceitando as nossas súplicas, os nossos jejuns - Ele está perto dos que O invocam em verdade.
“Olhando pelas janelas, reluzindo pelas grades”. Ele está olhando para o nosso coração, para os nossos olhos, a ver se O estão procurando. Apoc. 1:14 diz que seus olhos são como chamas de fogo.
Grades falam de prisão, mas Ele é a luz do mundo, e para os que seguem há luz.
Vs. 10 - Este verso dá conta do que o Amado fala à igreja: “levanta-te”; esse tem sido o, desejo do Senhor em todas as épocas, em carta apocalíptica, lemos: levanta-te, e arrepende-te, sê vigilante, volta-te. São as expressões do amor do Senhor. Ele não quer ver a igreja comprada com seu Sangue, caída, suja desgarrada.
“Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que vos mando”. “Levanta-te, amiga minha”. A igreja fiel é amiga do Senhor. “Vem”  - é o desejo do Senhor.
Em Cantares 6:10 - Ele a vê como a luz, brilhante como o sol, formidável como exército com bandeiras.
Vinde a Mim, às águas, vinde comprai e comei vinho e leite. Que convite maravilhoso. Isaías 55:1
Vs. 11 - 12   -  “Passou o inverno”. “A chuva cessou”. O inverno fala de frio, e o tempo é da frieza, da indiferença, passou. Sentimos que o tempo da chuva seródia, chuva de poder, não a chuva que traz lama, dificuldades na caminhada, mas o tempo profetizado em Joel 2: 28-32, já chegaram as flores, e os frutos estão aparecendo, e enfeitando o jardim do Senhor. Primeiro vêm as flores, depois os frutos. Esta é a ordem estabelecida Por Deus para a natureza. As flores falam dos dons espirituais. As flores alegram, perfumam a igreja do Senhor. Os frutos falam do sustento, daquilo que mantém a igreja fortalecida (Marcos 4: 26-29 Leia com atenção).
É tempo de cantar - Aleluia e glória a Jesus ouve-se em todo o canto, a glorificação profetizada já é sentida no meio do povo que está esperando o noivo.
A voz da rola, a voz do Espírito, ouve-se. Isto significado batismo no Espírito Santo. Grandes sinais na nossa terra, terra dos gentios.
Vs. 13 - A figueira já deu seus figuinhos - fala que a profecia de Jesus em Mateus 24:32 (deve ser lido na aula) já foi cumpridas, Israel já brotou desde 14 de maio de 1948. Aleluia (a figueira é símbolo de Israel político).
As vides em flor. A videira, é símbolo da igreja com os dons , preparando-se para o fruto. A igreja em pleno uso dos dons espirituais. A expectativa do vinho, do mosto. Nada mais há que se esperar, a não ser obedecer ao convite doce de Jesus : Levanta-te formosa minha, igreja adornada pelos dons e pelos frutos. E vem.
Vs. 14 - O Senhor olha a igreja sofrida, que é perseguida, e que anda muitas vezes oculta pela perseguição. Ele a reconhece porque Ele vê o Espírito Santo nela, e assim continua o Espírito, abafado, escondido, por causa da descrença dos homens que não O aceitam , dos grupos tradicionais.
Mostra-me a tua face. O Senhor quer ver a face da igreja, que estava oculta, quer ouvir a sua voz. A igreja infiel está impedida de falar no Espírito Santo (Marcos 4: 21-25).

Vs. 15 - Quando as vinhas estão em flor, as raposas aparecem. As raposinhas querem estragar a vinha quando ela está em flor. Se não tem flor, se não vai brotar frutos, não é apenas uma árvore sem atração, sem importância. As raposas, tem que ser vigiadas, e as raposinhas falam dos pecados pequenos, passando até desapercebidos, muitas vezes. Todo mundo faz isso, que mal há ? Elas comem as flores, e impedem os frutos. É mister cuidado, na hora em que a vide, a igreja, recebe a bênção. Não havendo flores, não dons, não havendo dons, não há fruto.
Vinhas em flor, tem que ser cuidadas.
Vs. 17 - É a declaração mútua do amor entre Cristo e a igreja, com o acréscimo: Ele apascenta entre os lírios, não entre os espinhos.
Vs. 18 - “Antes que refresque o dia, e caiam as sombras”. Volta Amado meu. É o grito da igreja, da noiva: Maranata. Ora vem Senhor Jesus. Faze-te semelhante ao gamo, vem depressa. A igreja fiel pergunta: Guarda, a que horas estamos da noite? Ela não sabe. Ela não tem comunhão com o noivo. A noiva sabe, ela guarda, ela diz: Vem depressa.

Capítulo  lll

Verso 1 - “ De noite”. É caracterizada esta hora, pelo cair das sombras, cair das trevas, hora em que as luzes apagam. Quanto a palavra de Deus fala sobre essa hora. É hora em que as luzes tem que estar acesas. O apóstolo João assim dizia: “filhinhos, é já a última hora”. l João 1:18. Quando Israel estava para sair do Egito, caíram trevas sobre aquelas terras, e tão densas era, que não puderam levantar do lugar onde estavam, presos ficaram, e no meio de Israel houve luz, e assim prepararam-se para sair daquele lugar.
O Israel de Deus hoje, a igreja fiel tem candeia, azeite e fogo, para esteja acesa esta hora em que estamos de noite, luz para a caminhada, que se faz urgente. “De noite busquei em minha cama”. Cama é símbolo de comodismo. Não se coloca uma candeia debaixo da cama, disse Jesus. A candeia é símbolo do Espírito Santo, e não o podemos colocar sujeito ao nosso comodismo. Ele é feito para ser posto no alto: A lição que nos vem disso, é resumida assim, bem claro.
Nesta hora da noite, neste cair de tarde - período das trevas - neste fim de tempo, não se pode buscar ao Senhor no comodismo. “Busquei-o e não O achei”.
Não vai achar mesmo, é a afirmação que se lê na palavra. Triste, procurar o Amado e não o achar. Há vidas que falam do Senhor, não há dúvidas a esse respeito, são religiosos, muitas vezes vão até a igreja durante a semana, e aos domingos, muitas vezes de manhã e à noite, são consideradas do Senhor por elas mesmas, e pelos que estão em volta. Já o Senhor, há muito tempo falou sobre elas. Buscam no seu comodismo, é como o caso das virgens tolas. Eram virgens? Perguntaremos. Sim.
Tinham a candeia em suas mãos? Sim. Estavam esperando o noivo? Sim. Mas, porque o Senhor disse que ficaram?
Por que ao ouvirem o grito: Aí vem o Esposo, lhes faltavam fogo, lhes faltavam o azeite. Pediram azeite, mas só o homem da venda podia vender, e a venda já estava fechada. O homem da venda, é o Espírito Santo. Só Ele pode dar o azeite, mas ao ser a igreja arrebatada, Ele irá também com igreja. O dono da venda também estava na festa. Quem buscar nessa hora, desse jeito não vai achar.
Vs. 2 - Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade. Não é suficiente levantar, há de ser preciso buscá-lo no lugar certo. Rodearei a cidade. Cidade é burburinho, é ajuntamento, praças - são lugares de distração, ruas, lugares de ir e vir, trânsito. A conclusão é precisa: Não O achei. “ Buscar-Me-eis e Me achareis, quando Me bucardes de todo o coração”.
Nas músicas, nas paredes, nos oratórios, não se encontra o Senhor é preciso dispor a vontade, o coração para achá-lo, antes que escureça.

Vs. 3 - Enquanto eu buscava, acharam-me os guardas que rondavam. Quem são os guardas? São aqueles que deviam zelar, dar as informações certas aos que andam pelas ruas, pelo mundo. São os homens responsáveis pela vida, pelos rebanhos que estão falando de Cristo, pregando sobre Ele e as filosofias desse mundo. Mas não falam de uma experiência com Cristo. Eles não sabem discernir a ansiedade de uma alma vazia, e querem acomodar aquela alma, com palavras conciliatórias, não sabem dizer que a dificuldade daquela vida, é que ela abandonou o caminho da santidade, e que agora vive nos vícios, no pecado, vive longe da Palavra de Deus e do enviado de Deus. São teólogos que querem entender de teologia, mas não sabem informar a verdade que vem do abandono de vida de pecado, dissoluta para Cristo, que pode libertar e salvar.
Vs. 4 e 5 - Apartando-me deles. Largá-los, abandoná-los, é o que cada um tem que fazer, largar o mundo, as igrejas populosas, os movimentos e buscar ao Senhor, e invocá-lo enquanto se pode achar. Glória a Deus, ainda podemos fazer isso  ainda hoje temos experiências pessoais com o Senhor.
Eu vivia assim, e Cristo me salvou. Eu era fraco, desanimado, e Cristo me deu forças. Eu vivia na igreja, não sabia que Deus fala pela palavra, que é apta para discernir a mente e o coração. Hoje, Deus me fala pela palavra; eu O busquei, e O achei. Resumindo isso, que é tão precioso, temos: quando o homem se afasta da sociedade, dos conceitos, das atrações da carne, do formalismo religioso (religiões) para buscar ao Senhor, aí é a hora em que ele se encontra com  o Senhor. “Buscar-Me-eis e Me achareis, quando Me buscardes de todo o coração”. Logo O achei, detive-o até que o introduzi em casa de minha mãe. Passam a ter uma intimidade através da igreja, aquela que estava caída, e me gerou de fato, mas que adquiriu intimidade, em busca de comunhão.
Isto acontece, quando temos a experiência de encontrá-lo, queremos levá-lo à casa de nossa mãe, a igreja. Aí, acontece o que já foi analisado no cap. 2:7. Há um zelo, um desejo de que as vidas que não estão na bênção do encontro pessoal com o verdadeiro Senhor - Filhas de Jerusalém, não digam que estão servindo ao Senhor. Não falem dele som as marcas do pecado, com o cheiro do álcool do fumo, com as roupas manchadas da carne, impuras, não digam que o conhecem, que comungam com ele, não o acordeis, não despertais o seu amor.
A luta se trava. É a mesma luta que sempre houve. Jacó recebeu a bênção do pai, e Esaú o perseguiu. Jacó teve de fugir, de sair, de dormir ao relento, de ser desprezado, de sofrer.
A igreja fiel, o servo fiel, tem de passar por isso.
Vs. 6 - Quem é esta que sobe ao deserto ? Resposta pronta: é a noiva do Senhor, a igreja fiel. Fala, portanto, do arrebatamento da igreja do deserto, do mundo. Como se dá esta subida ? - “como colunas de fumo”;
- “Perfumada de mirra”;
- “Perfumada de incenso”;
- “E de toda a sorte, de pós aromáticos”.

Colunas de fogo, nos falam de fogo, é o fogo da luta. aquele descrito já no verso 5 e outros. Mirra fala da amargura que os servos fiéis passam. Amigos desprezam, parentes criticam, no trabalho ele é chamado de fanático; mas a palavra diz: “ai de vós, quando o mundo disser bem de vós”. Quando o mundo observar que você faz o mesmo. isto é para Deus, incenso, a igreja afligida; o crente afligido, vai a Deus em oração fervorosa, cheia de quebrantamento; são as orações que sobem como incenso ao Senhor.
Finalmente, toda a sorte de pós aromáticos. Toda a sorte de glorificação e louvor.
Vs. 7 - A liteira era o transporte usado no passado, para uso individual. Compara-se a ela, a salvação. Só um entra nela. “Aquele que crê, será salvo. A igreja é composta de homens, e 6 é o número do homem, enquanto 7 é o número de Deus. 6 é o número de igreja; 6 x 10 = 60. Naum 2:3.  A liteira, é número individual, mas a igreja é um todo, de cada vida que é salva, é a igreja pronta, preparada, formada por valentes que com Ele perseveraram até o fim. Davi, símbolo tipo do Senhor, faz questão de narrar na palavra, os nomes dos valentes que ao seu lado combateram até conquistarem o reino. Jesus disse: “alegrai-vos por vossos nomes se acharem escritos no Livro da Vida”.
V.s 8 - O Espírito Santo, o qual Salomão é tipo, é quem prepara o homem, para pertencer a esta igreja. Para a festa - é necessário o preparo por causa dos temores noturno, do poder das trevas do maligno. Espada na cinta. Todos com a palavra, destros, usando a palavra de forma diferente. Toda palavra. A palavra é pelo Espírito. A lança de Saul, é a palavra falsa, que vai sem direção. No passado, não atingiu Davi. Mas a palavra no Espírito, é apta para discernir a mente e o coração.
“Quando ouvirdes de guerras, rumores de guerras, ...”
Vs. 10 - Colunas de prata. Fala daquilo que uma coluna faz: sustenta. Prata é símbolo de redenção. Por trinta moedas de prata o Senhor foi vendido.
Estrado de ouro - poder.
Assento de púrpura - no descanso do sangue de Jesus (revestidos do Espírito Santo, o amor de Deus é revelado em Cristo, que deu a sua vida).
Interior revestido de amor. Amor por todos, até pelos que O desprezam, filhas de Jerusalém, temos em resumo desta maravilha.
Redenção pelo Poder do Sangue de Jesus

    prata         ouro              púrpura

Vs. 11 - ”Sai ó Israel, ó filhas de Sião”. Esta é a maneira de como as vidas são preparadas - Palanquin fala da festa; contemplai a coroa (igreja) com que coroou sua mãe (Israel). Contemplai o rei Salomão. Saí Israel, e contemplai o arrebatamento da igreja. De onde veio o filho ? Veio de Israel (mulher). “Eis que todo o olho verá, até mesmo os que traspassaram “. Apocalipse 1:7 (deve ser lido).

Saí Israel, e contemplai a Jesus nas nuvens, coroado pelo poder do Pai, através do Espírito Santo. Ele é o cabeça; e a igreja é a noiva. Israel só verá a Jesus nessas condições, porque Jesus assim o disse: “Não me vereis mais, até que venhas a dizer: “Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.

Capítulo  lV

Conforme a introdução dada, este capítulo evidencia a Meia-Noite, aquele momento em que a igreja está pronta, e o Senhor a observa, aguardando o momento de vir arrebatá-la.
O Senhor se vê através dela. Ele a vê como corpo, e a contempla nessa última hora.
Verso 1 - ”Como és formosa querida minha, como és formosa! Os teus olhos são como os das pombas, e brilham através do véu”.
Fala do  olhar do Espírito  que a igreja reflete, porque é uma igreja totalmente no Espírito, sem nada de carne; reflete a luz nas trevas através do último adorno a ser colocado: o véu.
Os cabelos são como rebanhos de cabras, que descem ondeantes o monte de Gileade”.
A igreja é vista através dos cabelos. Estes falam dos pensamentos do homem, numa uniformidade perfeita, todos pensando de igual maneira, à semelhança de um rebanho de cabras, que descem ondeantes, pensando e agindo concordemente, numa cadência bonita; não param em uma sucessão de continuidade; é dinâmica. Os pensamento, vistos através dos cabelos, mostram que ela vive, aquilo que prega, o exterior, é o reflexo do que é o interior. É a igreja que se movimenta pelo Espírito. “Descem ondeantes o monte de Gileade”.
É em Gileade  seu pasto. Gileade nos fala de terra boa, fértil porque recebe água do Jordão. O mar Morto, se lhe avizinha, mas não a afeta; assim vive a igreja, em terra árida, mas ela recebe de Jesus a água da vida, e o alimento, e o sustento; o alimento é em Cristo, através da comunhão, do clamor a todo tempo .
Vs. 2 - “ Os seus dentes, como o rebanho das ovelhas recém-tosquiadas que sobem ao lavadouro, e todas produzem gêmeos”.
É uma aparência de ovelhas podadas, arrumadas, prontas, perfeitas, e “nenhuma há sem crias”, é o que se pode exprimir. É a igreja, que nesta hora, está recém-aparada: todo dia, toda hora, não há excesso nela, reflete o que vai no conjunto, em unidade perfeita, é sem aparência pessoal , é vista num conjunto, como se vê uma boca, não um dente, mas os dentes, um conjunto.
Para justificar tal aparência, tal beleza, há indicação de onde elas sobem: “do lavadouro”.
l João 1:7 - “Se andarmos na luz, como na luz Ele está, temos comunhão uns com os outros e o Sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado”.
É a igreja, que está constantemente a lavar-se no sangue purificador de Jesus, no qual o lavadouro é símbolo, e é algo que sugere continuidade: sobem. É uma constante.
Uma igreja de tal maneira, no Espírito, produz gêmeos fala de salvação sem parar, frutos em abundância dobrado, não há falta de salvação. “Não há nenhuma sem crias”.
Vs. 3 - Os teus lábios como fio de escarlate, a tua boca é formosa”. lábios santificados pelo Sangue de Jesus, testificam do seu Salvador. “As tuas faces, brilham como romãs partidas”.
É a igreja, cujo interior está aberto para com os de fora, a fim de que vejam, e queiram dela usar.
Vs. 4 - “O teu pescoço é como torre de Davi, edificada para arsenal; mil escudos pendem nela, todos broquéis de valorosos”.
Interessante, é ver-se a comparação daquilo que é o sustentáculo da cabeça, comparada à torre Davi.
Era a torre de Davi, um lugar de onde toda a cidade era vigiada, indicando lutas e vitórias. Assim, é ela comparada à obra de Davi, onde armas de guerra eram ali guardadas: Palavra, Clamor, Oração, Jejum, Madrugadas, às semelhanças das cinco pedras usadas por Davi na luta contra Golias.
Todas essas armas são broquéis de valorosos. “Mil escudos pendem dela”. O escudo, é arma de defesa, é movimentado em todas as direções, fala da fé, que não é estática, mas dinâmica.
Efésios 6:6 - “Tomando sobre tudo, o escudo da fé, com o qual, podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”.
Vs. 5 - “Os teus dois seios, são como duas crias gêmeas de uma gazela, que se apascentam entre os lírios”.
O Senhor se alegra em ver o alimento em abundância, com o qual a igreja alimenta aqueles que buscam nelas sustento.
Ela tem a palavra e a dá. o Senhor a quer assim. E para mostrar que o alimento do Senhor está entre os lírios, simbolizando a igreja santificada. É ali que o Senhor se alimenta.
Vs. 6 - “Antes que refresque o dia, e fujam as sombras, irei ao monte da mirra, e ao outeiro do incenso”.
A igreja está pronta. O Senhor a vê e a contempla, é a igreja do arrebatamento, e o verso é profético, e insere uma belíssima profecia - a da morte e ressurreição do Senhor. Vê-se nessas palavras: Irei ao monte da mirra, sua subida ao monte das oliveiras, sua passagem pela prensa do sofrimento, e logo a seguir, fala do monte de incenso, sua glorificação, tudo ali (Gólgota) se cumpriu para a Glória do Pai, e para sua própria Glória.
Tudo o que a igreja é no presente, passado e futuro, está condicionado a esta realidade.
A igreja, por sua vez, está preparada, e ela sabe que as trevas virão mas ela aguarda o raiar de uma nova aurora.
O Senhor a contempla, e a descreve em sua beleza: “O trabalho penoso de sua alma, Ele verá, e ficará satisfeito”. Depois dessa profecia, volta a apreciação do Noivo à Noiva.
Vs. 7 - Tu és formosa querida minha, em ti não há defeito”.
É o deleite daquilo que Ele, o Senhor fez nela através do seu sangue: Vê-la sem mancha, sem maculassem ruga. É realmente a igreja que vive no clamor.
Vs. 8 - “Vem comigo do Líbano minha esposa”. O Senhor convida a esposa, e a chama do Líbano. Que quer o Senhor dizer com isso ? Percebe-se imediatamente que o Senhor está mostrando que Líbano é gentio, não é Israel. É o povo rejeitado pelo Senhor, dai, do meio dos gentios, levante Ele a sua noiva. “Olha desde o cume de Amana”. Ele leva a igreja, a um outro pico de montanha, também fora de Israel, e mostra, de onde ela foi chamada . Sentir também, perto de Israel e Hermom fronteira com Israel. O Senhor mostra que dos gentios é tirada a sua igreja, desde as habitações, as moradas dos leões, fala dos lugares de opressões, de onde ela é tirada e acrescentadas moradas dos leopardos, do meio do paganismo. Vem comigo igreja minha, de todos os cantos o Senhor está chamando a igreja.
Vs. 9 - “Arrebataste-me o coração ... com uma só pérola do teu pescoço”.
Dá-se aqui algo de maravilhoso. O Senhor vê em sua igreja, a ornamentá-la de uma só pérola, suficientes para arrebatar-lhes o coração.
Fala esta pérola dele mesmo. A pérola de valor inestimável. Mateus 13:46 - “E encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou”. O texto nos obriga a uma parada. Depois do Senhor contemplar a igreja, Ele se contempla a si mesmo, e antevê todas as coisas: É a profecia cumprida. Tudo se processando dentro desta realidade.
A igreja recebeu o Senhor, e Ele torna-se a evidência maior de sua vida, seu enfeite máximo; e o Senhor se vê nela, e isto arrebata-lhe o coração.
Ela o valoriza, e isto lhe agrada. Ele se vê o único.
Quanto mais ele se vê na igreja, mais Ele se alegra quanto mais perto deles, mais longe dos ídolos, da idolatria, que tanto lhe é abominável.
Vs. 10 - “Que belo é o teu amor”. É a apreciação que lhe faz o noivo.
Vs. 11 - “Os teus lábios ... destilam mel, mel e leite estão debaixo da tua língua”.
Salmos 19:10 - “... mais doces que o mel”. Assim é a palavra do Senhor, e a igreja no Espírito se alimenta e fala dessas palavra. Leite e mel, falam de riqueza, de alimento. l Pedro 2:2 - “desejai ardentemente como crianças recém-nascidas, o leite espiritual”.
Leite é sustento, mel é doçura, e estas coisas são os alimentos que fazem parte do grande banquete como se vê no cap. 5:1 - “Já comi o meu favo, e já bebi o meu leite, comei e bebei abundantemente”.
A igreja fiel, nessa hora, está preocupada em pregar tudo a respeito da vida eterna: Ela fala de Salvação, Batismo com o Espírito Santo, Dons Espirituais, Frutos, Ministérios, Arrebatamento, Grande Tribulação, e fala do Milênio; do Novo Céu e da Nova Terra.
Ela prega sobre o desagrado de Deus para com o pecado, e da vida santificada que Deus quer para os fiéis.
Vs. 12 - “Jardim fechado és tu, irmã minha, esposa minha, manancial fechado, fonte selada”.
É realmente um texto, que prova o profundo sentimento do Senhor por uma igreja que foi comprada por um precioso preço, e é, portanto, propriedade exclusiva dele: “Jardim fechado. É como Ele a vê.
Fala desta salvação como sendo restritiva, e selada com seu Espírito. É restritiva a Cristo, pois fora dele, não há salvação.
A igreja é, portanto, identificada por Cristo, pela sua fidelidade a Ele e o abominar do pecado, é uma determinação dele.
ll Timóteo 2:19 - “Entretanto, o firme fundamento de Deus, permanece tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: “Aparta-se do pecado, aquele que  professa o nome do Senhor.”
Note-se a expressão: “Fonte selada”. Indica que a salvação é exclusiva dos que estão em Cristo Jesus.
Versículo 13 - “Os teus renovos, são um pomar de romãs com frutos excelentes: a hena e o nardo”.
Interessante é a observância quanto aos renovos, pois estes falam de renovação da planta, que traz os frutos de toda espécie: Salvação implica estar em Cristo e em gozo de todas as bênçãos oriundas dela.
Renovos que surgem, bênçãos de igreja revigorada pelos dons, ministérios e serviços.

Versículo 16 - Mostra o vento do Espírito soprando em todas as direções, derramando-se, e produzindo gozo no coração do Senhor.
Comparar por sua vez, os renovos de pomar de romãs, é bem apropriado, pois a romã apresenta-se como um conteúdo de sementes, agrupadas, e cheia de líquido, ao mesmo tempo em que  é um só fruto.
Desta forma, a igreja é um conjunto de muitas vidas com capacidade de se multiplicarem, ao mesmo tempo que é um só corpo.
Uma característica da fruta, é abrir-se mostrando os grãos suculentos e vermelhos. A igreja preparada é aberta, é vista, é atraente, e nisto o Senhor é glorificado, e se alegra.

Versículo 14 - “O nardo, o açafrão, o cálamo”.
São resinas que dão gosto, cheiro, e preservam. São aquilo que edificam consolando, aliviando, trazendo benefícios. (l Coríntios 12: 28-31).
É para isto que a igreja caminha, nesta direção, com toda a sorte de incenso, súplica, clamor, intercessão, adoração.
Com mirra, significa com lutas, aloés, perfume, louvor, glorificação.

Versículo 15 - “És a fonte dos jardins”.
É o sustento de tudo, a comunhão, é a fonte de tudo isso. Poço das águas vivas, é a salvação através da comunhão, que correm do Líbano.

Versículo 16 - “Levanta-te vento norte, e vem tu, vento sul e assopra no meu jardim, para que se derramem os teus aromas”.
Este é o pleno Desejo do Senhor; ver o vento do Espírito soprando sobre a igreja, e que alegra o coração daquele que tudo fez para que isto fosse possível.
O vento do Espírito e a sua bênção, não foi o fim das coisas, mas o início delas, é a força da igreja que está se renovando constantemente, com árvore que é sacudida, e vê cair por terra, as suas folhas secas, e as novas vão surgindo; as flores caindo para dar lugar aos frutos.
Nesta hora que antecede a vinda do Senhor, a igreja é provada por esta sopro do Espírito em todas as direções.

MARANATA! O SENHOR JESUS VEM!

Um comentário:

  1. A referência dos "figuinhos" está errada: trara-se de Cantares 2:13 e não: 2:3, como está no texto. Por sinal o texto é profundo e abençoado. Obrigada!

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